quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Foi na Loja do Mestre André



Eu morava quase vizinho à escola onde estudava e por esse motivo, meu avô ia me buscar sempre no horário certo.
Nunca muito antes, nunca muito depois.

Acontece que ao final do dia, na sala de aula, a última coisa a se fazer era uma atividade musical.

Tia Dinda abria o armário com vários instrumentos infantis e era a melhor hora do dia. Tinha sanfona, tarol, flauta, piano, violão, xilofone e tinha também lixa.

É, tinha lixa!!!

Nossa maestrina nos posicionava na sala de aula em fileiras.
As primeiras eram ocupadas pelas crianças que normalmente os pais vinham buscar mais cedo, as últimas eram ocupadas por mim e pelos que também moravam ali por perto.

Os instrumentos também eram distribuídos em grau de importância. As sanfonas, violões e etecéteras sempre ficavam com o pelotão de frente.
Sobrava o que pra mim? Uma lixa!!!

Eita instrumento ruim!

Mas vamos lá, a música que cantávamos/tocávamos era "A Loja do Mestre André" onde os instrumentos eram executados 
separadamente segundo a ordem da música.

"Foi na loja do mestre André
Que eu comprei minha sanfona.
Fon-fon-fon minha sanfona!
Fon-fon-fon minha sanfona!
Ai olé!
Ai olé!
Foi na loja do mestre André...

Foi na loja do mestre André
Que eu comprei meu violão.
Blem-blem-blem meu violão!
Blem-blem-blem meu violão!
Ai olé!
Ai olé!
Foi na loja do mestre André...

Foi na loja do mestre André
Que eu comprei o meu piano.
Plim-plim-plim o meu piano!
Plim-plim-plim o meu piano!
Ai olé!
Ai olé!
Foi na loja do mestre André..."

Pausa dramática:

Nisso, os pais começavam a chegar e levar seus filhos (os das primeiras fileiras) pra casa.
O coro ia ficando cada vez mais ralo.

"Foi na loja do mestre André
Que eu comprei meu xilofone:
Blim-plim-plim meu xilofone!
Blim-blim-blim meu xilofone!
Ai olé!
Ai olé!
Foi na loja do mestre André...

Foi na loja do mestre André
Que eu comprei o meu tarol.
Trá-trá-trá o meu tarol!
Trá-trá-trá o meu tarol!
Ai olé!
Ai olé!
Foi na loja do mestre André..."

Chegando a minha vez de cantar, só tinha na sala de aula eu, Tia Dinda, alguma criança (chorando) que o pai esqueceu de ir buscar, o zelador querendo fechar a escola e só.

Mas vamos lá.
O espetáculo não pode parar!
Era a hora do meu solo fantástico de lixa.

"Foi na loja do mestre André
Que eu comprei a minha lixa:
Xi-xi-xi a minha lixa!
Xi-xi-xi a minha lixa!
Ai olé!
Ai olé!
Foi na loja do mestre André..."

Não me lembro de ter, nunca, tocado numa sanfona, piano, etc.
Eu pouco me lixava, na verdade.

Eita, lá vinha o meu avô me buscar!

.

4 comentários:

  1. Huahuahuahauha. Lixa é fogo!! É duro hein?!?

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  2. coitado de meu amigo no fim do mundo de serra talhada!

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  3. eu adoro essa historinha, coitadinho do tocador de lixa!!!

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  4. Que lindooooooooooooooooooooooo!! Abri um sorriso aqui, imaginando você pequenininho com uma lixinha cantando fui na loja do mestre André. Também cantava essa musiquinha quando era criança nas aulas de música, acho que eu tocava reco reco, hehe. Eu adorava o som dos instrumentos invadindo o meio da música :)

    Abraços,
    Carol Domingues

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