foto meramente ilustrativa.
Quando eu tinha, sei lá, meus 6 anos, morava numa casa não muito grande, mas com um muro bem generoso.
Desde aqueles tempos que "muro", pra mim, é sinônimo de "quintal".
Dependia apenas do contexto da frase.
Não lembro bem como, mas sei que certo dia existiu um passarinho de estimação lá em casa.
Ele vivia no muro e morava numa casinha feita com cabaça.
Era um "griguilim". Mais conhecido como "jandaia" ou ago do tipo.
Sei que certo dia esse griguilim apareceu morto!!!
A causa da morte foi revelada em instantes:
Morreu em decorrência de comer a sua casa-cabaça!!!
Tristeza naquele dia...
Não houve velório, nem o enterro da ave pelo que em lembre.
Apenas o enrolamos num pano velho e meu pai cuidou do resto.
Depois que ele voltou do terreno baldio, nos disse que o griguilim tinha ido pro céu dos passarinhos.
Em seguida, a minha mãe cantou uma música para "confortar" a criançada.
Confesso que, tempos depois, achei meio traumática aquela canção pra uma criança que acabara de perder um animal de estimação.
A seguir a letra da canção de ninar.
"Eu tinha um canarinho
Que me deram pra eu criar
Ele era amarelinho
E gostava de cantar
Mandei fazer uma gaiola
Pra botar meu canário dentro
Depois da gaiola feita
Meu canário caiu doente
Mandei chamar o doutor
Pra fazer a operação
Ele deu três marteladas
Na veia do coração
Na primeira martelada
Meu canário estremeceu
Na segunda bateu asas
Na terceira ele morreu
O enterro do meu canário
Foi enterro de muito luxo
A gatinha do vizinho
Pegou ele e passou pro bucho"
Titulo e Autor(es) desconhecidos / domínio popular
A coitada da gata da vizinha é que sofreu.
Apedrejava sempre que a via zanzando no muro.